quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

OLHAR E VER


















O homem é essencialmente coletivo e de tal
forma atua. Daí resulta a sazonalidade natalina. Surge do mais do mesmo copiosamente ditado há décadas por uma "mão invisível". Contudo, certas proposições são incontestes. A sociologia, algo genuinamente humano, já tratou de tais dogmáticas. O que me aclara, de forma sociológica mais do que a tradição, é a certeza de que a segunda vinda (um pouco como Willian Yeats descreve no poema com esse título - abaixo) é um fato. Limitado? Talvez...sou humano ! Conformado? Jamais...me convença !

A SEGUNDA VINDA

Voando cada vez mais longe, o falcão não ouve mais seu falcoeiro.
Tudo se desmancha no ar. O centro não segura a imensa anarquia solta sobre o mundo.
Terrível maré de sangue invade tudo e as cerimônias da inocência são afogadas.
Os homens melhores não têm convicção; e os piores estão tomados pela intensa paixão do mal. Alguma revelação vem por aí; sem dúvida, é a Segunda Vinda.
Segunda Vinda! Digo estas coisas e o espírito do tempo nubla meus olhos: nas areias do deserto uma forma de leão com cabeça de homem, com o olhar vazio e impiedoso como o sol, move-se lentamente, enquanto rondam assombras de raivosos pássaros do deserto.
Voltou a escuridão; e eu vejo que vinte séculos de sono de pedra querem se vingar do pesadelo que lhes trouxe o berço de um presépio.
A hora chegou por fim; que monstruosa fera se arrasta para Belém para renascer?

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