sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ENCRUZILHADAS DA MENTE


Encruzilhadas que traem;
enganam;
e sabotam,
o que o coração sente.
Mas o que o coração sente?
Senão aquilo que, desastrosamente,
brota de nossa própria mente?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DA SÉRIE: "POESIAS VAZIAS ENQUANTO ENQUANTO EUGÊNIO OU MIRELLA NÃO POSTAM" SONETO AO SONETO

Composto por dois quartetos
Seguido por dois tercetos
Luzia na poesia
Na ponta da hierarquia

De Camões ao Poetinha
Lentamente saiu de linha
Como o carro à carruagem
É o tempo pedindo passagem!

Mas há espaço pra lembrança
Perdoe-me, pós-modernidade!
Minha saudade não se cansa

Não importa minha idade.
E neste último dueto
Resta-me saudar-te, ó Soneto!!!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

QUASE METAFÍSICA DE UM MORNO RADICALIZANTE


Navegando na tormenta de todas as minhas reflexões,
Com a bússola apontada como norte a minha experiência de vida,
Cuidei pescar alguma explicação racional da realidade.
Mas pra isso, precisaria transcendê-la.
E como transcendê-la, se não consigo separar o real de dentro pra fora
E o real de fora pra dentro?
“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!”
No entanto, pelo menos por enquanto, me contentei com as parciais conclusões que tirei.

Sempre fui um morno convicto!
Isto é, busquei conduzir todas as minhas ações pelo “aclamado caminho do meio”.
Pela zona de conforto,
Ponderei as desavenças,
Conformei-me com os resultados aquém,
Contive minhas indignações,
Adaptei-me até quando não precisava...
Até quase, temerariamente, me perder do que sou.
Percebo hoje que desenvolvi uma esdrúxula e não menos, incoerente, divisão dos níveis de minha personalidade.
Aos olhos da psicanálise, poderiam me diagnosticar como um ser de um “ID” e dois “superegos”.
Justamente quando tinha de aliar, sufoquei meu “ego”.

Fruto, talvez, das emoções que atualmente mais fácil brotam,
Chego a (quase) me revoltar com o que obtive sendo apaziguador e contido.
Quase, claro, porque todas as mudanças são graduais.

Não me quero hedonista e intransigente.
Acredito, piamente, que este também não seja o caminho.
E é justamente no que acredito, realmente, que preciso me fincar,
Pois quando abandonamos nossas convicções, abandonamos a nós mesmos.

Impulsionado por outras “provocações filosóficas”,
Percebi que a radicalidade é a virtude capaz de me tirar do insípido meio.
Concordei: “Radical é aquele – como lembra a origem etimológica – que se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas; radical é alguém que procura solidez nas posturas e decisões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres”.
E como bem ressalva o Filósofo, os extremos não precisam ser buscados; limites são necessários; mas é essencial que não nos restrinjamos ao “confortável e letárgico centro”.

Muitos porquês ainda rondam minha mente.
Falhei ao transcender as realidades que me atingem.
Porém, encontrei um novo e ao mesmo tempo, antigo, sentido;
Minhas convicções!
Por elas, endurecerei sempre, mas sem perder a ternura, jamais.