segunda-feira, 26 de outubro de 2009

UM CERTO LEMINSKI




Há vinte anos morreu o poeta, músico, tradutor, professor, judoca, hippie e, sobretudo, generoso artista Paulo Leminski Filho.
O rei do haicai no Brasil foi, em uma leiga opinião, um dos maiores poetas da história do Brasil (calma que o grupo é grande).
O Poeta não só influenciou o pensamento e o comportamento da juventude de sua época, como de todas as posteriores, vindo a bater aqui na “geração online”.
Prova inconteste de tamanha influência é a exposição apresentada pelo Itaú Cultural, na avenida Paulista, em São Paulo. A exposição é curta e intensa como seus poemas, acompanhada de apresentações ao vivo de suas músicas. Vale muito para quem não conhece e mais ainda para quem se identifica com o espírito marginal do “Bandido que sabia latim”.
Leminski é um inclassificável e representa a resistência à poesia acadêmica e elitista, pulverizando o conceito de arte, como deve ser; para todos sem distinção.




Merda e ouro

Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam pobres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare
à bosta da pessoa amada.

Paulo Leminski.

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