Não poderia me furtar a escrever sobre o assunto do momento. Se você não está falando nisso neste exato momento, alguém, em um raio não superior a 50 metros, está. Isso, é claro, se você estiver em uma montanha congelada, no meio do Tibete, sem rádio, televisão, celular, Internet ou qualquer outro meio de interação com a ‘’Sociedade Economicamente Organizada’’. Também existe a possibilidade de que você esteja em Honduras. O acontecido não deve ter repercutido muito por lá
Do contrário é Brasil, zil,zil na caxola (o cara que vez essa vinheta está, como dizem, montado na moeda).
Rio 2016! Este é ponto. Não quero discutir se vai ser bom (e será) ou se vai ser ruim (e será também). O que essa eleição marca para o Brasil é a aquisição do título (temporário) do clube dos paises capitalistas dominantes.
Numa análise precipitada, essa seria uma ótima notícia, não fosse, como tudo que envolve dinheiro e poder na história da humanidade, o altíssimo ônus do ingresso nesse seleto grupo.
Vamos colocar no papel: A maior reserva de água doce, na maior floresta, com a maior biodiversidade e a recente de descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo na camada pré-sal. Acrescendo a isso a eleição para sediar as Olimpíadas de 2016, fica difícil não concordar com o jargão populista do presidente, pois “nunca na história desse país” se viu tanto “progresso”.
Por falar em história, uma das qualidades que o brasileiro mais se gaba é de viver em um país pacifista (depende um pouco); mas é aqui que vem a conta! Não sejamos inocentes a ponto de acreditar que países que dominam o planeta há décadas, como o Japão e os Estados Unidos, vão assistir alegremente a estardalosa ascensão do Brasil. Alias, o primeiro já declarou que a eleição do Rio para as Olimpíadas foi negociada com franceses e africanos do COI.
Você pode estar achando que sou partidário da teoria da conspiração, ao que respondo que “sou mesmo”. Não posso ver o governo comprando SUBMARINOS, HELICÓPTEROS E AVIÕES DE COMBATE DE ÚLTIMA GERAÇÃO que já vou logo falando que vai ter guerra. Quando ouço um economista falar em desenvolvimento, sinto cheiro de conflito.
Por fim, enquanto a guerra não vem, preparem-se para um longo período de hipocrisia patriótica, pois, agora que a civilização descobriu vida inteligente abaixo da linha do Equador, ser subdesenvolvido será “Cult”.
Da série poeta sem tema.
POEMA EM BRANCO
A ponta vacilante
Da caneta que aguarda
Uma frase impactante
Uma idéia elaborada
A mão prontamente firme
Não será a responsável
Eis tão somente imprime
A tarefa indelegável
Todo corpo agora anseia
O despacho competente
Que liberte da cadeia
Algum verso delinqüente
...
Nada ainda
Calado
Aguardo
...
Nem sinal
Amargo
Um trago
Um clarão à Saramago !
De onde virá a salvação
De tal sorte deprimente?
Ainda bate, Coração?
O que pensa, minha Mente?
Mas os órgãos em conflito
Por orgulho marcial
Abandonam-me aflito
No imenso mar de sal
Inspiração
No chão!!!
Transpiração
No ar...
Nem Homero
Nem Platão
Razão a alvorejar
Cidade de neve
Cândida e gelada
Neurônios em greve
Lembrança apagada
Símbolo da paz
Sinônimo de pureza
Desassossego me traz
Pois a única certeza
Nesse ensaio Incapaz
É que em toda natureza
O que é vivo um dia Jaz
E assim se perfaz
Essa suposta limpeza
Num branco cartaz
Numa escura clareza
‘’Sem perder a ternura jamais’
Mantendo sempre a dureza.
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