segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SE SEGURA, MALANDRO !



Não poderia me furtar a escrever sobre o assunto do momento. Se você não está falando nisso neste exato momento, alguém, em um raio não superior a 50 metros, está. Isso, é claro, se você estiver em uma montanha congelada, no meio do Tibete, sem rádio, televisão, celular, Internet ou qualquer outro meio de interação com a ‘’Sociedade Economicamente Organizada’’. Também existe a possibilidade de que você esteja em Honduras. O acontecido não deve ter repercutido muito por lá

Do contrário é Brasil, zil,zil na caxola (o cara que vez essa vinheta está, como dizem, montado na moeda).

Rio 2016! Este é ponto. Não quero discutir se vai ser bom (e será) ou se vai ser ruim (e será também). O que essa eleição marca para o Brasil é a aquisição do título (temporário) do clube dos paises capitalistas dominantes.

Numa análise precipitada, essa seria uma ótima notícia, não fosse, como tudo que envolve dinheiro e poder na história da humanidade, o altíssimo ônus do ingresso nesse seleto grupo.

Vamos colocar no papel: A maior reserva de água doce, na maior floresta, com a maior biodiversidade e a recente de descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo na camada pré-sal. Acrescendo a isso a eleição para sediar as Olimpíadas de 2016, fica difícil não concordar com o jargão populista do presidente, pois “nunca na história desse país” se viu tanto “progresso”.

Por falar em história, uma das qualidades que o brasileiro mais se gaba é de viver em um país pacifista (depende um pouco); mas é aqui que vem a conta! Não sejamos inocentes a ponto de acreditar que países que dominam o planeta há décadas, como o Japão e os Estados Unidos, vão assistir alegremente a estardalosa ascensão do Brasil. Alias, o primeiro já declarou que a eleição do Rio para as Olimpíadas foi negociada com franceses e africanos do COI.

Você pode estar achando que sou partidário da teoria da conspiração, ao que respondo que “sou mesmo”. Não posso ver o governo comprando SUBMARINOS, HELICÓPTEROS E AVIÕES DE COMBATE DE ÚLTIMA GERAÇÃO que já vou logo falando que vai ter guerra. Quando ouço um economista falar em desenvolvimento, sinto cheiro de conflito.

Por fim, enquanto a guerra não vem, preparem-se para um longo período de hipocrisia patriótica, pois, agora que a civilização descobriu vida inteligente abaixo da linha do Equador, ser subdesenvolvido será “Cult”.






Da série poeta sem tema.




POEMA EM BRANCO


A ponta vacilante

Da caneta que aguarda

Uma frase impactante

Uma idéia elaborada


A mão prontamente firme

Não será a responsável

Eis tão somente imprime

A tarefa indelegável


Todo corpo agora anseia

O despacho competente

Que liberte da cadeia

Algum verso delinqüente

...

Nada ainda

Calado

Aguardo

...

Nem sinal

Amargo

Um trago


Um clarão à Saramago !


De onde virá a salvação

De tal sorte deprimente?

Ainda bate, Coração?

O que pensa, minha Mente?


Mas os órgãos em conflito

Por orgulho marcial

Abandonam-me aflito

No imenso mar de sal


Inspiração

No chão!!!

Transpiração

No ar...

Nem Homero

Nem Platão

Razão a alvorejar


Cidade de neve

Cândida e gelada

Neurônios em greve

Lembrança apagada


Símbolo da paz

Sinônimo de pureza

Desassossego me traz

Pois a única certeza

Nesse ensaio Incapaz

É que em toda natureza

O que é vivo um dia Jaz


E assim se perfaz

Essa suposta limpeza

Num branco cartaz

Numa escura clareza

‘’Sem perder a ternura jamais’

Mantendo sempre a dureza.


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